1. Qual é, em sua opinião, o maior desafio
encontrado pelo educador para fazer a inserção das tics em sala de aula?
Na minha prática
cotidiana um grande problema é trabalhar com conteúdos enciclopédicos. As
avaliações dos vestibulares ou ENEM pressionam o professor a trabalhar um
conteúdo tão vasto e muitas vezes sem necessidade. Esta dicotomia entre o que
realmente importa e o que se cobra nestas “provas” faz com que o tempo que
devemos dedicar ao trabalho contínuo com as Tics fique reduzido. A mudança de
postura na direção de aplicar Tics de forma corriqueira fazendo com que não
exista mais as chamadas práticas antigas/ultrapassadas e sim apenas práticas
viáveis e modernas depende de um planejamento complexo e diversificado,
hercúleo. Minha carga horária não permite mudar demais.
Outro fator de
dificuldade (desafio) é a avaliação do processo e dos resultados, pois também é
necessário um trabalho árduo para manipular os dados obtidos na aplicação de
Tics frente ao uso de práticas já sedimentadas como aplicar uma prova e
corrigi-la. Se a instituição de ensino não estiver preparada para isso é como a
frase do início do artigo, uma banda larga para mentes estreitas, não
serve para nada. As escolas estão defasadas neste contexto, professores
que acreditam que seu ensino tradicional dá resultados satisfatórios não mudam
paradigmas.
2. Quais
são as mudanças observadas por você no perfil dos seus alunos nos últimos anos?
Eu consegui
aplicar provas usando os computadores do colégio, uma aula programada com duas
semanas de antecedência, horas e horas de planejamento, mas com um resultado
bem mais proveitoso, no final da atividade cada aluno recebeu um impresso onde
foi pedido que colocasse sua opinião sobre a dinâmica diferenciada da aula. O feedback foi extremamente satisfatório,
o aluno que vive as tecnologias querem ver uma escola com as mesmas
característica. Nesta atividade o aluno trabalhando em grupo de dois ou três por
máquina, pôde procurar informações na internet, no livro didático ou outras
fontes, liberdade que diversificou as respostas às questões apresentadas.
3. Qual tópico não foi discutido por NEVES, em
seu artigo, mas que você consideraria relevante de ser trazido para o debate?
Um tópico bem
particular que enfrento nas minhas turmas e que não encontrei no artigo está no
aspecto de diversidade cultural de cada aluno. Trabalho num colégio elitista.
As famílias dos meus alunos são geralmente ricas e querem filhos virando
advogados, médicos ou outra carreira de destaque. A primeira ideia da família
frente a mudanças na dinâmica educativa é de desaprovação, e o aluno que vive o
ambiente tecnológico quer resultados imediatos. Em outras palavras pensar menos
e decorar mais. Enfrento frases do tipo: “Professor, faz um resumo do que vai cair na
prova”; “Quais páginas tenho que estudar para a prova”; “Poxa professor! Você
fez apenas 2 exercícios durante a aula toda usando este recurso de powerpoint.”;
“Professor, você levou a gente para o laboratório de informática e o conteúdo
está ficando atrasado”; “O meu amigo do colégio X já aprendeu este assunto e
você está enrolando com estas aulas no computador.” A circunstância é
complexa e vai além dos interesses do professor . Mas é claro, como expus
inicialmente, é uma situação bem particular.
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