quarta-feira, 16 de outubro de 2013

REFLEXÕES SOBRE O ARTIGO: EDUCAR COM AS TICs! O caminho entre a excepcionalidade e a invisibilidade de Carmen Moreira de Castro Neves


1. Qual é, em sua opinião, o maior desafio encontrado pelo educador para fazer a inserção das tics em sala de aula?
Na minha prática cotidiana um grande problema é trabalhar com conteúdos enciclopédicos. As avaliações dos vestibulares ou ENEM pressionam o professor a trabalhar um conteúdo tão vasto e muitas vezes sem necessidade. Esta dicotomia entre o que realmente importa e o que se cobra nestas “provas” faz com que o tempo que devemos dedicar ao trabalho contínuo com as Tics fique reduzido. A mudança de postura na direção de aplicar Tics de forma corriqueira fazendo com que não exista mais as chamadas práticas antigas/ultrapassadas e sim apenas práticas viáveis e modernas depende de um planejamento complexo e diversificado, hercúleo. Minha carga horária não permite mudar demais.
Outro fator de dificuldade (desafio) é a avaliação do processo e dos resultados, pois também é necessário um trabalho árduo para manipular os dados obtidos na aplicação de Tics frente ao uso de práticas já sedimentadas como aplicar uma prova e corrigi-la. Se a instituição de ensino não estiver preparada para isso é como a frase do início do artigo, uma banda larga para mentes estreitas, não serve para nada. As escolas estão defasadas neste contexto, professores que acreditam que seu ensino tradicional dá resultados satisfatórios não mudam paradigmas.

 2. Quais são as mudanças observadas por você no perfil dos seus alunos nos últimos anos?
Eu consegui aplicar provas usando os computadores do colégio, uma aula programada com duas semanas de antecedência, horas e horas de planejamento, mas com um resultado bem mais proveitoso, no final da atividade cada aluno recebeu um impresso onde foi pedido que colocasse sua opinião sobre a dinâmica diferenciada da aula. O feedback foi extremamente satisfatório, o aluno que vive as tecnologias querem ver uma escola com as mesmas característica. Nesta atividade o aluno trabalhando em grupo de dois ou três por máquina, pôde procurar informações na internet, no livro didático ou outras fontes, liberdade que diversificou as respostas às questões apresentadas.

3. Qual tópico não foi discutido por NEVES, em seu artigo, mas que você consideraria relevante de ser trazido para o debate?

Um tópico bem particular que enfrento nas minhas turmas e que não encontrei no artigo está no aspecto de diversidade cultural de cada aluno. Trabalho num colégio elitista. As famílias dos meus alunos são geralmente ricas e querem filhos virando advogados, médicos ou outra carreira de destaque. A primeira ideia da família frente a mudanças na dinâmica educativa é de desaprovação, e o aluno que vive o ambiente tecnológico quer resultados imediatos. Em outras palavras pensar menos e decorar mais. Enfrento frases do tipo: “Professor, faz um resumo do que vai cair na prova”; “Quais páginas tenho que estudar para a prova”; “Poxa professor! Você fez apenas 2 exercícios durante a aula toda usando este recurso de powerpoint.”; “Professor, você levou a gente para o laboratório de informática e o conteúdo está ficando atrasado”; “O meu amigo do colégio X já aprendeu este assunto e você está enrolando com estas aulas no computador.” A circunstância é complexa e vai além dos interesses do professor . Mas é claro, como expus inicialmente, é uma situação bem particular.

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